sábado, 28 de setembro de 2013

Eu gostava. Eu não gosto.

Eu já gostei de manteiga. Eu tenho nojo de manteiga.
Eu comia miojo. Eu já parei de comer miojo. Eu comi miojo de novo. Eu não como miojo.
Eu já gostei de sonhar. Eu já parei de sonhar. Eu voltei a sonhar. Eu odeio sonhar.
Eu já gostei de desenho japonês. Não gosto de quem gosta de desenho japonês.
Eu não gostava de alface. Eu como alface. Eu gosto de alface.
Eu não comia tomate. Eu como tomate. Eu não gosto de tomate.
Eu gosto de nadar. Eu não nado.
Eu gostava desenhar. Eu sabia desenhar. Eu comecei a pintar. Eu não gostava de pintar. Eu não sei desenhar. Eu gosto de desenhar. Eu gosto de pintar. Eu não sei pintar.
Eu não gosto de futebol. Eu jogava futebol. Eu odeio futebol.
Eu não sei dançar. Eu gosto de dançar.
Eu não gostava de beber. Eu bebia. Eu parei. Eu voltei. Eu não gosto de beber.
Eu não gostava de festas. Eu acho que gosto de festas. Eu não quero ir mais a festas.
Eu não gosto de cigarros. Eu já fumei. Eu não suporto cigarros.
Eu não gostava de você. Eu gosto de você. Eu não gosto mais de você. Eu não gosto mais de mim.
Eu gosto de você.

sábado, 21 de abril de 2012

About me


Manipula para que os outros alimentem sua preguiça, observa os pequenos detalhes para assim poder agir, gosta de tudo a sua maneira, ouve tua opinião para saber o que pensa, te conhece a fundo e te afunda se for pisado, atua em silêncio e te faz gritar de tanta calmaria, quer te ter nas mãos para te fazer ajoelhar, implora por atenção porque sabe quem é o umbigo, sabe quando é sua vez de ser a vítima da história, reconhece sua maldade e faz questão de mostrá-la, assim como a bondade que raramente vem do coração, amigo de quem convém e ele sabe quem escolher, conhecidos apenas para popularidade, abraços só para agradecer um falso afeto, sorrisos irônicos e olhares de desprezo, o mistério prevalece até decidir o que será aplaudido, tem como religião tudo aquilo que diz, não conhece sinceridade maior que a autocrítica; sabe que seu dia sempre nasce para um mesmo alguém, e deixa que as coisas boas os outros apontem.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Bloom


Uma semente que cai do bico do voo rasante de um pássaro; Que é escondida pela terra como se abraçasse um amigo que pede por consolação. A chuva, o sol, o vento e outras sensações que visitam como quem bate a porta pra pedir açúcar. A colaboração e a paciência; a persistência. Surge um caule delicado e temeroso que não quer alarde, apenas reconhecimento. Junto a ele algumas folhas brotam. Ali estão de braços abertos, apontando para o céu. Eis que um dia, alimentado pelo verde, um botão de uma cor viva e única desperta timidamente com o brilho da manhã. Este é suportado por toda sua trajetória; até que se torna uma flor. Sim, vestida com pétalas que modelam uma obra que é invisível e não há autor, mas existe. E aquelas folhas nunca apontaram tanto para tal direção... A flor jamais se sentira tão adorada e naquele momento percebera o que era florir. Os espinhos existem, mas eu resolvi colhê-la por mais que me arranhe algumas vezes. Hoje vive em meu jardim. Eu sei que é possível que murche, porém é o que eu considero divino na minha vida.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

(Like) an Angel


I met an angel. She was exactly like me. And we could fly.
I only realized who she was when I looked through my shoulders and saw there were no wings, and she flew away...
I could just fly in your arms.
But now I know, I know where my wings were all the time...
Can you give them back to me?

domingo, 24 de abril de 2011

Felicidade



Eu sei que a felicidade é efêmera; que ela vem, passa, te faz umas cócegas e depois vai embora sem dizer adeus, sem ao menos dizer quando vai voltar ou se volta.
Eu sei que a felicidade não é um lugar, não é uma pessoa, não é um objeto nem um ponto final que nós temos que por em todo fim de frase.
Eu sei que a felicidade está dentro de mim. Mas muitas vezes já encontrei-a em lugares, especialmente em pessoas – que foram as vezes em que eu a mais senti – e até mesmo em presentes...
O engraçado é que tudo isso foi. Já não estou no mesmo lugar, as pessoas também não.
E os presentes eu ainda recebo. O problema é que tenho medo de eles já não me fazerem sorrir. Tudo se vai. Assim como os lugares e as pessoas, que não são mais iguais.
É a essência. A felicidade está entre as vírgulas, entre os sorrisos e não nas reticências, não no tempo e no espaço.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Março


Diz que você está perto de mim, que eu juro que farei o possível para acreditar.
Eu não preciso ver; Eu não preciso ouvir; Eu só preciso saber – sentir eu sempre ei de sentir.
Ah, se eu pudesse escolher... Acho que mesmo assim apostaria em você.
Estou guardando cada detalhe teu dentro de mim, pois sei que depois é de lembrança que vou viver.
Lembrança e esperança.
Esperança que é tão boa, mas que ao mesmo tempo me fere tanto. Tão boa por me fazer acreditar que logo irá voltar.
Esperança mais absurda ainda é acreditar que sequer irá partir.
Ei, não fuja por não crer em mim. Eu sei que não quer que seja assim.
Me faça acreditar que todo dia irei ouvir tua voz me chamando.
Mas se for embora, me chame mesmo assim. Que eu prometo te atender e tentar acreditar que você não está. Mas você está. E sempre estará.
Por favor, não se vá. Não se vá de mim.

terça-feira, 1 de março de 2011

You're my sunshine


E eu, que estou acostumado a te ver todos os dias, Sol?
O que faço, se agora o que me vem é a chuva?

Todas as manhãs, tua luz era o que me fazia levantar da cama.
Hoje, acordo com o vento cinzento que bate na janela e me faz sentir indiferente, assobiando que gosta de mim, mas que só veio me despertar.
Às vezes, vejo teu brilho cegante escondido por entre as nuvens.
Me alegro, mesmo sabendo que você que quis fugir assim...
Às vezes, me dou conta o quão distante e apagado está de mim.
Mas mesmo assim sinto teu calor aqui.

Pois então, vá! Vá e volte apenas no próximo verão.
Mas não volte para me aquecer, pois me acostumei com esse frio, com a chuva que me lava a alma, com a lua que me ilumina no teu lugar...
Volte somente se quiser brilhar, que ainda estarei aqui para te observar, meu Sol.

domingo, 22 de agosto de 2010

O irreal não me engana


Às vezes eu me chateio por coisas tão tolas que se alguém me pergunta o que houve, nem eu sei dizer. Às vezes até sei, mas prefiro esconder.
Estava eu, trancado no meu quarto, me afogando em possibilidades que, talvez, só existam ao meu pensar. Eu mergulho de cabeça nesses pensamentos não muito bons, e o ambiente ao meu redor parece sombrio, sinto um clima pesado e um cansaço nos ombros. Eu sei que fora há uma chuva infernal que se misturaria com minhas lágrimas, caso eu estivesse lá. Minha vontade é deitar naquela cama e me entregar à tristeza que me cutuca e me chama pra abraçá-la.
Passa um tempo. Eu continuo com aquela ideia de antes, mas eu prefiro acreditar que eu estou errado. Eu prefiro acreditar na mentira, desde que seja bem contada e me faça bem, me engane.
Olho por cima dos meus ombros e vejo uma luz inconfundível iluminando a sala. É o sol. Eu acreditei no mundo que eu imaginei, mas prefiro viver a realidade. Para quê estar triste se o dia está sorrindo para mim? Agora meus ombros estão erguidos e estou indo lá fora para o sol secar estas lágrimas e absorver todo o peso das minhas costas.

Eu corri para fora antes que o sol fosse embora e esquecesse de me regar.
Minutos são suficientes.