
Uma semente que cai do bico do voo rasante de um pássaro;
Que é escondida pela terra como se abraçasse um amigo que pede por consolação.
A chuva, o sol, o vento e outras sensações que visitam como quem bate a porta pra pedir açúcar.
A colaboração e a paciência; a persistência.
Surge um caule delicado e temeroso que não quer alarde, apenas reconhecimento.
Junto a ele algumas folhas brotam. Ali estão de braços abertos, apontando para o céu.
Eis que um dia, alimentado pelo verde, um botão de uma cor viva e única desperta timidamente com o brilho da manhã.
Este é suportado por toda sua trajetória; até que se torna uma flor.
Sim, vestida com pétalas que modelam uma obra que é invisível e não há autor, mas existe. E aquelas folhas nunca apontaram tanto para tal direção...
A flor jamais se sentira tão adorada e naquele momento percebera o que era florir.
Os espinhos existem, mas eu resolvi colhê-la por mais que me arranhe algumas vezes. Hoje vive em meu jardim. Eu sei que é possível que murche, porém é o que eu considero divino na minha vida.